Por muitos anos quis ser um colecionador e por conta disso acabei juntando bastante coisa em minha casa. A maioria delas eram livros, quadrinhos e revistas. Haviam inúmeras pilhas que cresciam a cada mês. Se eu estava visitando um lugar que tinha algum jornal cultural, levava um comigo. Se via algum livro com um assunto interessante, era mais um para a coleção. E assim a lista de leituras foi aumentando, mas o número de lidos não. O prazer ficou mais no ato de obter do que aproveitar. Não importava muito se eu tinha lido, o importante era que eu tinha. Isso acabou se expandindo para várias outras coisas e quando vi já estava com “coleções” de catálogos de exibição de museus, cartões postais, ingressos de cinema usados, etiquetas de chá (não, você não leu errado) e muito mais. O que eu fazia com a maioria dessas coisas? Nada. Ficavam apenas acumulando pó.
Como essas aquisições acontecia aos poucos, nem fui percebendo o quão literalmente carregada de coisas foi ficando minha casa. Para me visitava, era bem óbvio. Acredito que era mais um acumulador do que um colecionador. Depois de muitos anos mantendo esse hábito, com ajuda de pessoas próximas, aos poucos fui conseguindo doar algumas coisas. Mas sempre era um processo muito demorado e exaustivo. Por conta disso, os intervalos entre as separação de coisas para doar eram grandes, chegando até um ano sem fazer nenhuma doação.
No começo de 2021 assisti ao documentário Minimalismo Já (The Minimalists: Less Is Now, 2021), dirigido por Matt D’Avella, e ao ver desafio dos 30 dias, fiquei pensando se não haveria um jeito mais simples e fácil de manter esse movimento. Foi aí que surgiu a ideia de separar uma coisa para doar por semana. O meu compromisso é apenas separar uma coisa, mas posso separar mais se quiser. Desta forma, mesmo se a semana for bastante corrida, não tenho desculpas para não conseguir separar uma única coisa. Isto está sendo o suficiente para manter o movimento e fazer com que eu esteja doando muito mais e de maneira consistente.
Estou fazendo este movimento há alguns meses e o processo está sendo muito gratificante. Me sinto bem mais feliz e leve por não ter mais tanto acúmulo. Isso também me faz com que eu aproveite muito mais o que tenho. Além disso, em vez dessas coisas estarem apenas acumulando pó na minha casa, estão sendo aproveitadas pelas pessoas que receberam as doações.
Se você gostou desta ideia e quiser um reforço adicional para manter a consistência, recomendo utilizar o contrato de hábito semanal.
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