Ter sido um empreendedor me ajudou a ter uma visão mais global de como um negócio funciona e do meu papel atual como colaborador dentro de uma empresa. Um dos aprendizados que aplico é comparar meu contrato CLT com um dos serviços recorrentes que oferecia na minha empresa.

Este serviço costumava ser renovado a cada 3 ou 6 meses e no final deste período as duas perguntas abaixo eram cruciais para sua a renovação:

  1. Estou gerando valor suficiente para justificar o valor que estou cobrando?
  2. O valor cobrado é menor do que o cliente gastaria internalizando esse mesmo trabalho?

Caso as duas não fossem positivas, o serviço era inevitavelmente cancelado. Por conta disso, sempre garantia que o que estava sendo entregue era relevante para o cliente e que não poderia ser facilmente internalizado. Isso muitas vezes significava que eu tinha que estar constantemente fazendo ajustes e estudando como continuar sendo relevante.

No meu trabalho como CLT, adaptei as duas perguntas para:

  1. Estou gerando valor suficiente para justificar meu salário?
  2. O valor que estou gerando é maior do que a empresa gastaria terceirizando minha função pelo mesmo valor do meu salário?

Assim como a situação anterior, a resposta para ambas as perguntas deve ser positiva, caso contrário não faz mais sentido a empresa estar me mantendo na sua folha de pagamento.

O mesmo vale para o lado do colaborador, se sentir que há uma discrepância grande entre seu salário e o valor gerado, a relação não é mais benéfica. Este balanço me lembrou o conceito de mutualismo da biologia, onde dois organismos (neste caso o colaborador e a empresa) se beneficiam de alguma maneira. Caso a balança pender muito para um lado, a relação vira parasitismo.

Quando se tem um trabalho fixo, é muito fácil esquecer que ter uma resposta positiva para as duas perguntas não é algo fixo e deve ser constantemente ser revisitada para garantir que as respostas continuem positivas. Faço isto pelo menos uma vez a cada seis meses e acredito que esta prática faz bastante diferença na minha evolução profissional. Espero que faça na sua evolução também!

Foto da capa de Jon Flobrant na Unsplash.



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