Projetos Tartaruga5 min leitura

Como estou superando a minha dificuldade de conseguir avançar em meus projetos pessoais

Uma das minhas grandes dificuldades é conseguir avançar em meus próprios projetos, onde o “cliente” sou eu e não há nenhuma cobrança ou prazo de entrega definido por outra pessoa. Tenho um amigo que sempre me lembra do quão importante isso é e que este é um dos meus principais desafios.

Certo dia, encontrei por acaso um podcast onde o Sean D’Souza comenta sua própria experiência com isso e fala que um dos principais sugadores de energia eram os projetos importantes mas não urgentes (normalmente pessoais) que não avançavam, pois eles ficavam rodeando (ou assombrando) nossa cabeça e consumindo nossa força.

A solução que ambos recomendaram para superar este desafio era avançar um pouco todos os dias, mesmo que fosse apenas um pequeno passo realizado em um tempo previamente limitado (ex: um Pomodoro) por dia ou semana. Fiquei meio encucado com essa sugestão, faria mesmo diferença conseguir avançar somente um pouco? Seria possível gerar resultados significativos assim?

Avançando pequenos passos todos os dias nos projetos tartaruga
(Foto por Ray Hennessy na Unsplash)

Enquanto essa ideia foi germinando na minha mente (à la Inception) enquanto experimentava essa metodologia de várias maneiras, ficava refletindo como seria possível ser mais efetivo no uso de energia/recursos muito limitados, e em um desses momentos tive uma faísca mental e lembrei da fábula A Lebre e a Tartaruga. Ela pareceu ser a melhor analogia para poder ajudar na internalização (e disseminação) desse modelo de pensamento, pois foi justamente o avanço gradual, mesmo que lento, da tartaruga, o segredo para a sua vitória. A ideia de criar uma rotina rotina para avançar um pouco todos os dias era igual a estratégia da tartaruga!

Comecei então a classificar projetos em duas categorias. Aqueles que tinham uma maior quantidade de tempo e recursos disponíveis (normalmente meu trabalho para outras pessoas) eram os projetos lebre. Já meus projetos pessoais que (por enquanto) não tinham muito tempo (são feitos no horário do almoço, depois do horário comercial e nos finais de semana/feriados) e às vezes nenhum recurso financeiro disponível (costumo utilizar só o que eu já tenho disponível e a grande matéria prima costuma ser tempo) eram os projetos tartaruga.

Desencalhando vários projetos tartaruga
(Foto por Matt Antonioli no Unsplash)

Fiz então uma lista de alguns dos meus projetos tartaruga mais importantes, ordenei eles por prioridade e nível de dificuldade e decidi trabalhar em dois deles todos os dias. Para definir o limite de tempo, decidi utilizar a técnica Pomodoro, e dedicar de meia a uma hora por dia para cada um, totalizando uma a duas horas por dia, sete a quatorze horas por semana.

Aqui vem uma observação bem importante: a ideia não é este Pomodoro ser um gatilho para eu iniciar e ficar depois mais tempo trabalhando, mas sim ser o tempo total a ser dedicado naquele projeto. No início, ter que parar depois desse limite foi (e continua sendo) extremamente frustrante, mas é necessário para que seja possível fazer outras coisas também (incluindo dormir e atividades de lazer). Além disso, este limite força você a ser mais efetivo com o uso do tempo.

Pelos meus experimentos, um Pomodoro é o suficiente para ter um passo pequeno em um projeto tartaruga, mas com dois o resultado é bem mais impactante, principalmente porque eu costumo entrar em estado de flow no final do primeiro e o efeito da Lei de Parkinson fica ainda mais forte.

Uma hora o projeto tartaruga estará pronto o suficiente para subir a superfície
(Foto por Jeremy Bishop no Unsplash)

Por coincidência, este blog acabou sendo um dos meus primeiros projetos tartaruga, mesmo sem querer, pois sempre dediquei um tempo muito limitado do meu dia para ele. Juntando isso com a técnica do Texto Mínimo Viável, consegui começar a manter uma rotina semanal de publicação (OK, confesso que furo às vezes).

É incrível a diferença que sinto no meu dia quando dou um pequeno passo em dos meus projetos tartaruga, muitas vezes parece que o dia valeu a pena só por isso. Sinto que fico com mais energia, que é diferente de ficar mais motivado, para fazer as outras tarefas do dia. Se eu passo uma semana sem trabalhar em nenhum dos meus projetos pessoais, fico exausto no final da semana e as vezes até meio depressivo. Sim, eu gostaria de poder dedicar mais tempo, mas tenho que lidar com os recursos que tenho disponível no momento.

Quais são seus projetos tartaruga? Lanço o desafio para você dedicar um Pomodoro todos os dias, durante uma semana, e depois me contar nos comentários como foi sua experiência! #partiuProjetoTartaruga

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